Hoje acordei por volta do meio-dia. Minha mãe abriu a porta do quarto e, equanto me despertava, me seduzia descrevendo o que havia na mesa já posta. O primeiro prato era uma delícia a pouca descoberta aqui pra gente: surubim ao molho de camarão, lá do Bar do Japonês. O molho é feito com azeitonas, cebolinha, cebola, pimentão e pimenta. Uma iguaria. O segundo prato não tinha muito o que ostentar, mas era muito bom na sua simplicidade: salsicha ao molho sugo. Só não sabia o porque de dois pratos tão díspares na mesma mesa de almoço.
Pego o carro e levo minha mãe ao cemitério. Dia de finados. Estacionei no fim da subida nem tão íngrime que leva a ele. Desço com minha mãe, segurando velas e uma caixinha de fósforo e reclamando com minha bermuda que não tem um bolso decente. Primeiro visitamos o túmulo do meu bisavô, bisavó, avô e avó por parte de minha mãe. Os meus por parte de pai estão enterrados em Franca e só lembro de os ter visitado enquanto morávamos lá. Enquanto tento acender três velas ao lado do túmulo, umavoz conhecida passa varrendo o caminho cheio de folhas caídas das árvores. Era Zequinha, o Coveiro.
Eu e minha mãe nos dirigimos para mais dois túmulos de parentes nossos. Na percurso para o terceiro, ap[ós acender mais duas velas, encontro com Carlão, vocalista da banda Demolition Effect, e com o Zequinha. Muito barbudo. Apóia no ombro uma vassoura com uma caixa de papelão presa a ela. Volto ao encontro de minha mãe que me pede para acender as velas restante no Cruzeiro, que é uma cruz grande, no fim do cemitério, lá as pessoas rezam e acendem várias velas. Tive dificuldade pelo excesso de água que estava empoçada e pelo vento, que me lançava o fogo das outras velas já acesas.
Saindo do cemitério, após deixar a pequena contribuição para "As missões", quase levamos um banho das bicas que ficam acima do portal de entrada. Um homem subiu lá em cima e desentupia as bicas com um galho de árvores, fazendo sua chuva alí na entrada do cemitério.